De uma forma geral, como você pode ajudar alguém com problemas de saúde mental?
O que podemos fazer para ajudar alguém que está com problemas na saúde mental?
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Escutar e prestar atenção como se fosse algo muito importante para você (pois é para a criança)
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Ajude a criança a se integrar com outras crianças na escola (exemplo, sortear os grupos para as atividades ao invés de deixar que escolham)
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Encoraje prática de exercício e de atividades culturais
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Quando necessário, ajude a acionar o círculo de suporte
Que coisas podem atrapalhar?
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Não dar atenção para o que ela está sentindo.
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Minimizar os sentimentos da criança, dizendo que não são relevantes.
Como ser um bom ouvinte?
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Dê sua atenção total. Todos nós sabemos o quanto chato é quando alguém nos ouve pela metade. Mantenha contato visual e dê sua atenção total. Nesse momento, investir seu tempo nesse momento é fundamental. Tente esquecer os demais assuntos e problemas e interessar-se de fato naquele/a aluno/a que está a sua frente.
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Leve as queixas a sério. Para você algumas preocupações podem parecer sem sentido (e talvez até não tenham muito sentido mesmo), mas para seu aluno elas são reais e muitas vezes assustadoras, pois podem estar vivendo esses problemas pela primeira vez.
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Tenha compaixão. Tente se colocar no lugar do seu aluno. Mostre que você aceita essas emoções. Isso é mais importante do que tentar oferecer soluções para esses problemas.
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Fique confortável com os sentimentos que aparecerem. Não se assuste se a criança chorar e falar francamente sobre os sentimentos. Enquanto ela está falando ou chorando, não está fazendo nada que possa fazer mal, ao contrário, está se comunicando. A melhor mensagem para uma criança é ver que ela pode falar sobre as dificuldades que ela tem e ver que um adulto é capaz de ouvir sem se apavorar com essas emoções.
Como a escola pode lidar com desafios virtuais?
Os desafios virtuais (ou “jogos virtuais”) são mensagens, páginas de internet e outros meios virtuais que estimulam ações autodestrutivas pelos jovens. Esses desafios podem despertar a curiosidade dessa população contribuindo para o aumento do acesso aos mesmos. Portanto, a escola deve estar atenta para identificação e manejo dos desafios virtuais de forma adequada.
A veiculação inapropriada de informações desses jogos que estimulem atos de autoagressão e suicídio podem ter um efeito de “contágio”, chamado “efeito Werther”.
Assim, recomenda-se que as orientações elaboradas pelas escolas, ao alertar pais, professores e alunos em relação à circulação de tais desafios sigam as sugestões:
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Evitem divulgar o nome dos jogos;
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Evitem divulgar informações que possam sugerir a identificação alunos ou grupos de alunos/turmas específicas;
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Evitem divulgar imagens ou métodos utilizados nestes jogos;
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Prefiram focar na importância de pais e responsáveis por crianças e adolescentes acompanharem seu acesso às redes virtuais, orientando e limitando o tempo e o tipo de acesso conforme a faixa etária;
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Promovam discussão a fim de contribuir para a adoção de hábitos saudáveis de convivência no ambiente virtual;
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Promovam formas de divulgar meios de buscar ajuda quando identificadas situações de risco.
Responsabilidades pela saúde mental das crianças na sua cidade
Toda sociedade é responsável pelo bem-estar das crianças. No entanto, para que isso ocorra da melhor forma possível, é importante saber o papel de cada ente do sistema público.
Qual o papel da escola?
O papel da escola é o de promover a saúde dentro do ambiente escolar, prevenir a ocorrência de violência (incluindo bullying), ser um espaço de proteção para a criança com abertura para que ela possa compartilhar sentimentos e pensamentos, assim como um espaço de estimulação de ajuda entre os alunos.
Qual o papel das unidades de saúde?
O papel das unidades de saúde é o de identificar e tratar os problemas mais comuns na infância: sofrimento mental relacionado a eventos do ciclo vital, os Transtornos de Ansiedade, Transtornos Depressivos, o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade e o sofrimento relacionado à exposição a situações de violência. Além disso, também é papel da unidade o acompanhamento das famílias e a identificação de outras situações que demandem atenção e encaminhamento para outros serviços, quando necessário.
Qual o papel das Equipes Especializadas de Saúde da Criança e do Adolescente?
O papel das EESCAs é o de identificar e tratar pessoas com problemas de saúde mental moderados na infância e aqueles refratários a estratégias desenvolvidas na Atenção Primária em Saúde (APS).
Qual o papel dos ambulatórios hospitalares?
O papel dos ambulatórios hospitalares é o de prestar atendimento à pessoas com problemas moderados a graves, especialmente aqueles com necessidade de manejo medicamentoso.
Qual o papel dos Centros de Atenção Psicossocial infantis?
O papel dos CAPSi é o de identificar e tratar os problemas de saúde mental graves na infância, como Autismo, Esquizofrenia e Problemas Graves de Comportamento e aqueles refratários às estratégias desenvolvidas nas EESCAs, com predomínio de problemas de comportamento.
Qual o papel das internações hospitalares?
O papel das internações hospitalares é o de oferecer um espaço de proteção para crianças e adolescentes em situação de crise com riscos a sua saúde, como o risco de suicídio, risco de agressão à outros e outros riscos associados.
Obtendo ajuda de saúde
Para os casos onde os sentimentos ou comportamentos estão atrapalhando de forma importante na vida e as formas de suporte não ajudarem a busca de ajuda especializada pode ser necessária. Nesse caso, deve-se acionar os responsáveis pela criança para uma conversa e encorajar a buscar a unidade de saúde mais próxima para avaliação. Há diversas formas de tratamento que podem ajudar, incluindo formas de psicoterapia e medicações.
Materiais de apoio
Prevenção do Comportamento Suicida
Lidando com o luto por suicídio
Fiz-me respeitar - Escola Gomes Carneiro
Guia de enfrentamento a violências
Escritório das Nações Unidas para Drogas e crime: Diretrizes para prevenção
Transtornos alimentares (em inglês)
Depressão e Ansiedade (em inglês)